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quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Dicas de construção - Economia

Da escolha do terreno à execução da obra, a construção deve ter um planejamento e uma organização adequados, de forma a otimizar os seus custos. Cada etapa requer cuidados específicos, como abaixo tentamos resumir.


NA ESCOLHA DO TERRENO
- escolha, de preferência, um terreno plano, pois isso representará muita economia com obras de terra, fundações e estruturas de concreto, além de reduzir a zero os custos com contenções de arrimo;
- a avaliação da resistência do solo também é muito importante. Para isso contrate uma empresa de sondagem. Caso o resultado apresente um solo de boa resistência superficial, e sendo a casa a construir de apenas um pavimento, será possível utilizar uma fundação tipo baldrame corrido, que consome menos ferragem e utiliza um concreto mais barato;
- não se precipite em fazer obras de terra como terraplanagens e cortes antes dos projetos de arquitetura e estrutural estarem prontos e sem a orientação de um engenheiro, pois você poderá perder dinheiro com serviços desnecessários. O arquiteto poderá tirar proveito da topografia e dos acidentes naturais do terreno fazendo um projeto adequado para ele, economizando com redução das obras de terra;


NO PROJETO
- é altamente recomendável investir na contratação de um arquiteto ou um engenheiro civil, de forma a se ter um projeto bem elaborado. Os erros durante a execução que podem ocorrer pela ausência de projetos representam custo muitas vezes bastante elevados. Informe também a este profissional o quanto você pretende gastar com a construção;
- converse com o seu arquiteto o mais francamente possível, fornecendo-lhe todos os detalhes da sua vida diária, seus hábitos e de seus familiares, de maneira que o projeto arquitetônico seja bem adaptado ao seu estilo de vida. Projetar cômodos especiais, como adegas e salas de jogos, somente são viáveis economicamente se foram usados; de outra forma somente trarão encarecimento à construção;
- revisar o projeto e esclarecer todas as dúvidas até o fim é um bom procedimento. É muito mais fácil e barato solucionar erros e pedir mudanças na fase do projeto do que derrubar paredes durante a obra;
- não pense que casas térreas são mais baratas que casas com dois ou três pavimentos pois utilizam fundações menores e estruturas de concreto mais simples. Realmente existe economia neste item, entretanto, analisando-se dois projetos de mesma área construída, uma casa de um pavimento e outra de dois, a área de telhado na primeira será o dobro da segunda casa, e o custo do m2 de telhado é um dos mais caros na construção. Além disso a quantidade de sapatas pode dobrar.
- evite recortes no telhado pois isso representa elevação de custos de material e mão de obra;
- procure concentrar banheiros e cozinha numa mesma área pois isso permite otimizar o uso da tubulação hidráulica necessária;
- um projeto cheio de recortes encarece a estrutura, dificulta a execução dos serviços, requer mais material e representa mais área de revestimento e pintura;
- esquadrias são elementos caros na construção. Utilize com parcimônia portas e janelas ao projetar sua casa. Às vezes você pode utilizar apenas uma abertura em vez projetar uma porta. Ou elementos vazados em vez de janelas.


NO PLANEJAMENTO
- planeje o início da obra, se possível, para o final do período das chuvas. Executar fundações e serviços externos em períodos chuvosos prejudica sobremaneira o andamento dos trabalhos, encarecendo a mão de obra.
- depois que o projeto estiver completamente definido, é necessário um planejamento da obra. Elaborada em conjunto com o profissional responsável pela obra, uma planilha pode registrar a ordem de execução dos serviços, duração e custo de cada fase da obra, evitando-se gastos com mão-de-obra e/ou materiais não necessários no momento;
- fluxo de caixa deve ser controlado para não correr o risco de parar a obra por falta de dinheiro (obra “de igreja”, demorada, é sempre mais cara). Anotar na planilha todos os gastos e sempre guardar recibos e notas fiscais, pois eles serão úteis para declaração do Imposto de Renda e para enfrentar eventuais problemas legais;
- mesmo que os materiais de acabamento ainda não tenham sido escolhidos, devem ser anotadas na planilha especificações dadas por quem fez o projeto, como tamanho, espessura, tonalidade, classe de abrasão e nível de absorção de água das cerâmicas, o mesmo valendo para outros itens, como madeira e carpete, poupando tempo na hora de pesquisar e comprar.


NA CONTRATAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA
- dar preferência a profissionais conhecidos ou indicados por amigos ou parentes; se possível, é bom ver um trabalho pronto;
- os operários podem ser escolhidos por você ou pelo seu arquiteto ou engenheiro. Tendo mais de uma equipe confiável você deve pedir o orçamento de ambas para decidir. Em todo caso não se esqueça que a supervisão do engenheiro civil ou do arquiteto é indispensável para a qualidade da obra e para evitar aborrecimentos e custos;
- determinar uma forma de pagamento baseada na produção, estabelecendo assim que o pagamento da mão-de-obra ficará condicionado ao cumprimento de determinadas etapas e prazos.


NA COMPRA DE MATERIAIS
- fazer cotações de materiais pedindo orçamentos em diversas casa de materiais de construção. Pesquisar também em lojas de materiais de demolição e cemitérios de azulejos. Neles é possível encontrar muita coisa em bom estado e por um bom preço. Mas preste atenção para não ser enganado; em algumas casas de material de demolição costumam cobrar mais caro que mercadoria nova;
- fazer a pesquisa levando em conta os parâmetros estabelecidos pelo profissional que elaborou o projeto, tentando achar a melhor relação entre qualidade e preço (não esquecendo que, além do custo de construção, há também um de manutenção, ou seja, materiais de baixa qualidade só são economia a curto prazo, e em pouco tempo a obra começará a apresentar problemas);
- às vezes, é possível fechar um pacote para a compra de uma grande quantidade de materiais numa única loja e, assim, negociar um desconto ou o pagamento a prazo. A pechincha é regra básica. Às vezes é possível fazer combinando com vizinhos que estejam construindo perto de você, e fazendo pedidos maiores;
- se optar por comprar materiais de acabamento com antecedência não deixe de considerar uma margem de aproximadamente 10% de sobras para cobrir quebras e consertos futuros.


NA ESTOCAGEM DE MATERIAIS
- observar o prazo de validade de materiais como o cimento. Não deve ser armazenada muita quantidade nem com muita antecedência (a planilha ajuda essa programação);
- o material deve estar protegido da chuva, vento e outras intempéries. A madeira e o cimento, por exemplo, devem estar cobertos e protegidos de umidade, em local ventilado. Evite deixar materiais em caixas de papelão ao relento.


NA EXECUÇÃO DA OBRA
- exija organização no canteiro de obras. Bagunça, entulhos em demasia, ferramentas e materiais espalhados, tábuas com pregos, etc. são sinônimos de desperdícios, acidentes e custos.
- a execução da obra deve ser acompanhada diariamente pelo engenheiro ou arquiteto contratado para esse fim. Qualquer erro na execução dos serviços pode resultar em ter que demolir e construir novamente;
- o projeto deve ser seguido à risca. Qualquer alteração deverá ser comunicada ao engenheiro da obra, que verificará as implicações em outros elementos do projeto. Por exemplo, o deslocamento de um tubo pode ocasionar a sua passagem por uma viga, ocorrência não prevista no projeto estrutural

Prejudicial

O concreto é um produto composto por cimento, areia, brita, água e aditivos.
A chamada pasta do concreto ou da argamassa é a mistura de cimento e água.
Embora elemento necessário, a água pode ser um grande inimigo do concreto se utilizada indevidamente. Existem dois pontos que devem ser analisados: a quantidade e a qualidade da água empregada.
A água tem fundamental importância no concreto, visto que o cimento, quando hidratado, sofre uma reação química exotérmica (emite calor) que resulta no seu endurecimento. Entretanto quando existe na massa do concreto mais água do que o cimento necessita para endurecer, este excesso não é absorvido na reação e “sobra” água no concreto.
Quando o concreto ainda se encontra na fase plástica, concreto fresco, uma parte desse excedente de água migra do interior para a superfície da massa do concreto, formando canalículos no seu interior. Depois de endurecido e da perda de toda a água de amassamento por evaporação, o concreto apresenta vazios no formato de bolhas e canalículos, que são os responsáveis pela redução de resistência e impermeabilidade do concreto.
Abaixo apresentamos o resultado de ensaios feitos pelos professores Paulo Helene e Paulo Terzian, ambos pesquisadores da IPT/USP, em que foram comparadas diversas amostras de mesmo traço, variando apenas a relação água/cimento, onde pode-se observar a grande influência desse fator na resistência no concreto ou da argamassa.
O fator água/cimento ( a/c) é a relação entre o peso da água e do cimento empregados na mistura.

Tipo e classe
do cimento

Fator a/c
(kg/kg)

Resist. média à compressão em MPa para idade de

3 dias

7 dias

28 dias

91 dias

CP32

0,38
0,48
0,58
0,68
0,78

23,1
16,7
12,0
8,7
6,3

31,1
23,8
18,1
13,8
10,6

42,2
34,3
27,9
22,7
18,4

49,8
41,8
35,0
29,3
24,6

AF32

0,38
0,48
0,58
0,68
0,78

20,7
14,2
9,7
6,6
4,5

30,7
22,8
17,0
12,6
9,4

50,2
39,8
31,6
25,1
19,9

61,5
50,9
42,2
35,0
29,0


Por isso deve ser respeitado o fator água/cimento estabelecido no projeto para o traço que se deseja utilizar e consequentemente para a resistência que se deseja obter.
Quanto à qualidade da água empregada, esta é de fundamental importância principalmente no concreto armado, onde a presença de cloretos pode provocar corrosões importantes das armaduras.
Além da água de amassamento o problema da utilização de águas não potáveis também se torna grave na cura dos concreto, devido à sua constante renovação.
Existe um dito popular no meio da construção civil, de que "a água boa para o concreto é aquela que se pode beber". Embora com um certo rigor esse cuidado pode e deve ser tomado quando não se dispõe de uma análise química da água a ser empregada.
De acordo com a NBR-6118, a água a ser empregada no preparo do concreto deverá ser isenta de teores prejudiciais de substâncias estranhas, presumindo- se satisfatórias as águas potáveis e as que possuam pH entre 5,8 e 8,0 e respeitam os seguintes limites máximos:

matéria orgânica
· (expressa em oxigênio consumido ) .............3 mg/1
resíduo sólido
· .............................................. 500 mg/1
sulfatos (
· expresso em íons SO4 ) ........................... 300 mg/1
cloretos (
· expressos em íons C1- ) .......................... 500 mg/1
açúcar
·
.................................................. ..... 5 mg/1

Os limites acima incluem as substâncias trazidas ao concreto pelos agregados.
No caso de não ser atendido qualquer dos limites, a água só poderá ser utilizada se obedecer a recomendações e limites decorrentes de estudos prévios em laboratório nacional idôneo.

Dosagem

Princípios Básicos do Concreto Dosado em Central

1. Concreto Dosado em Central: Benefícios da Opção
Na hora de se construir surge uma grande dúvida: devo utilizar o concreto dosado em central ou "virar" esse concreto na própria obra?
Optar pelo concreto dosado em central proporciona diversas vantagens que são facilmente observadas, entre as quais destacamos:
eliminação das perdas de areia, brita e cimento. Racionalização do número de operários da obra, com conseqüente diminuição dos encargos sociais e trabalhistas. Maior agilidade e produtividade da equipe de trabalho. Garantia da qualidade do concreto graças ao rígido controle adotado pelas centrais dosadoras. Redução no controle de suprimentos, materiais e equipamentos, bem como eliminação das áreas de estoque, com melhor aproveitamento do canteiro de obras. Redução do custo total da obra.

2. Preparação e Cuidados para o Recebimento do Concreto
Na obra, o trajeto a ser percorrido pelo caminhão betoneira até o ponto de descarga do concreto deve estar limpo e ser realizado em terreno firme, evitando, assim, o atolamento e as manobras difíceis que podem atrasar a concretagem em andamento.
A circulação dos caminhões deve ser facilitada, de modo que o caminhão seguinte não impeça a saída do caminhão vazio.
A descarga do concreto deve ocorrer no menor prazo possível; quando for lançado por meio de bombeamento ou quando grande número de caminhões estiver circulando, deve-se prever um local próximo a concretagem para que os caminhões possam aguardar o momento do descarregamento.
Deve-se verificar se a obra dispõe de vibradores suficientes, se os acessos e os equipamentos para o transporte de concreto estão em bom estado - guinchos, carrinhos etc. - e se a equipe operacional está dimensionada para o volume e o prazo de concretagem previsto.

3. Fôrmas, Armaduras e Escoramento
Antes de solicitar o concreto, confira as medidas e a posição das formas, verificando se suas dimensões estão dentro das tolerâncias previstas no projeto. Certifique-se de que estão limpas e de que suas juntas estejam vedadas para evitar a fuga da pasta. As formas e o travamento deverão apresentar rigidez suficiente para resistir a esforços que ocorrem durante o processo de concretagem.
Quanto às formas absorventes, é preciso molhá-las até a saturação antes de aplicar o concreto.
Quando necessitar de desmoldantes, estes devem ser de qualidade tal, que não sejam prejudiciais ao concreto e devem ser aplicados antes da colocação da armadura.
As armaduras devem estar posicionadas de acordo com as especificações do projeto, obedecendo à linearidade e distância entre barras, com espaçadores que garantam os cobrimentos mínimos estabelecidos e ainda garantir que, mesmo em locais de grande concentração, sejam envolvidas pelo concreto.
O escoramento deve ser dimensionado de forma a suportar o peso das formas, ferragens e do concreto a ser aplicado, bem como das cargas que venham a ocorrer durante a concretagem - movimentação de pessoal, transporte do concreto etc. - e ainda impedir deformações que venham a alterar as dimensões da peça recém-concretada.

4. Aditivos para o Concreto
Os aditivos para o concreto permitem melhorar o seu desempenho.
O aditivo plastificante torna o concreto mais trabalhável, facilitando seu adensamento, sendo aconselhável sua utilização em peças esbeltas de difícil concretagem. Proporciona ainda melhor acabamento na superfície concretado.
O aditivo retardador permite aumentar o período de manuseio do concreto, retardando o seu endurecimento e possibilitando seu fornecimento em locais distantes da central dosadora, ou em concretagens demoradas.
Pode-se ainda utilizar um aditivo plastificante e retardador, combinando as duas características descritas acima.
O aditivo impermeabilizante é indicado para caixas d'água, lajes impermeabilizadas, locais com infiltrações etc., melhorando a proteção contra a passagem de água.

5. Pedido e Programação do Concreto
Para solicitar os serviços de uma central dosadora de concreto deve-se ter em mãos todos os dados necessários, tais como:
indicações precisas da localização da obra. O volume calculado medindo-se as formas. A resistência característica do concreto à compressão (fck) que consta do projeto estrutural, ou seu consumo de cimento - quantidade de cimento por m³ de concreto, quando necessário. O tamanho do agregado graúdo a ser utilizado, pedras 1ou 2, em função das dimensões da peça e distância entre armaduras. O abatimento (slump test) adequado ao tipo de peça a ser concretada.
A programação deve incluir também o volume por caminhão a ser entregue, bem como o intervalo de entrega entre caminhões, dimensionado em função da capacidade de aplicação do concreto, pela equipe da obra.
A programação deve ser feita com antecedência, de modo a evitar atrasos, especificando horário de início da concretagem e intervalo de fornecimento.

6. Recebimento do Concreto
Com a chegada do caminhão na obra, antes do descarregamento, deve-se verificar todas as características especificadas no pedido e conseqüentemente no documento de entrega do concreto, que deve conter informações como:
volume do concreto; abatimento (slump test); resistência característica do concreto à compressão (fck) ou o consumo de cimento; aditivo, quando utilizado.
Antes da descarga do caminhão deve-se avaliar se a quantidade de água existente no concreto está compatível com as especificações, não havendo falta ou excesso de água. A falta de água dificulta a aplicação do concreto, criando "nichos" de concretagem, e o excesso de água, embora facilite sua aplicação, diminui consideravelmente sua resistência. Esta avaliação é feita por meio de um ensaio simples, denominado ensaio de abatimento do concreto (slump test).
As regras para a reposição de água perdida por evaporação são especificadas pela norma técnica brasileira NBR 7212-Execução de concreto dosado em central-Procedimento. De uma forma geral, a adição de água permitida não deve ultrapassar a medida do abatimento solicitada pela obra e especificada no documento de entrega do concreto.

7. Ensaio de Abatimento (Slump Test)
A simplicidade do ensaio de abatimento (slump test) o consagrou como o principal controle de recebimento do concreto na obra e, para que ele cumpra este importante papel, é preciso executá-lo corretamente, como a seguir:
colete a amostra de concreto depois de descarregar 0,5 m³ de concreto do caminhão e em volume aproximado de 30 litros; coloque o cone sobre a placa metálica bem nivelada e apóie seus pés sobre as abas inferiores do cone; preencha o cone em 3 camadas iguais e aplique 25 golpes uniformemente distribuídos em cada camada; adense a camada junto à base, de forma que a haste de socamento penetre em toda a espessura. No adensamento-das camadas restantes, a haste deve penetrar até ser atingida a camada inferior adjacente; após a compactação da última camada, retire o excesso de concreto e alise a superfície com uma régua metálica; retire o cone içando-o com cuidado na direção vertical; coloque a haste sobre o cone invertido e meça a distância entre a parte inferior da haste e o ponto médio do concreto, expressando o resultado em milímetros.

8. Amostragem do Concreto
Depois do concreto ser aceito por meio do ensaio de abatimento (slump test), deve-se coletar uma amostra que seja representativa do concreto para o ensaio de resistência.
A retirada de amostras do concreto deve seguir as especificações constantes nas normas brasileiras.
Não é permitido tirar amostras tanto no princípio quanto no final da descarga da betoneira. A amostra deve ser colhida no terço médio da mistura.
A amostra deve ser coletada cortando o fluxo de descarga do concreto, utilizando-se para isso um recipiente ou "carrinho de mão" e, em seguida, remexida para assegurar sua uniformidade.
Retira-se uma quantidade suficiente, 50% maior que o volume necessário, e nunca menor que 30 litros.
A moldagem é descrita a seguir:
preencha os moldes em quatro camadas iguais e sucessivas, aplicando 30 golpes em cada camada, distribuídos uniformemente. A última conterá um excesso de concreto; retire-o com régua metálica;
deixe os corpos-de-prova nos moldes, sem sofrer perturbações e em temperatura ambiente por 24 horas;
após este período deve-se identificar os corpos-de-prova e transferi-los para o laboratório, onde serão rompidos para atestar sua resistência.

9. Transporte do Concreto
Compreende o transporte do concreto desde o caminhão betoneira até o destino final (formas), e pode ser feito de dois modos, como descritos a seguir:

CONVENCIONAL
O concreto é transportado até as formas por meio de carrinhos de mão, giricas, caçambas, calhas, gruas, correias transportadoras etc.

BOMBEÁVEL
Neste caso é utilizado um equipamento denominado "bomba de concreto", que transporta o concreto através de uma tubulação metálica desde o caminhão betoneira até a peça a ser concretada, vencendo grandes alturas ou grandes distâncias horizontais.
A bomba de concreto tem capacidade de lançar volumes elevados de concreto em curto espaço de tempo. Enquanto no transporte convencional se atingem 4 a 7 m³ de concreto por hora, com a bomba de concreto se alcançam produções de 35 a 45 m³ por hora.
A utilização de bombas de concreto permite racionalizar mão-de-obra e, ainda, sendo o concreto bombeado mais plástico, necessitará de menor energia de vibração.
Isso se traduz em menores custos para a obra, menor quantidade de equipamentos e grande produtividade.

10. Cuidados na Aplicação
Uma boa concretagem deve garantir que o concreto chegue à fôrma coesa, que preencha todos os seus cantos e armadura e seja adequadamente vibrado.
Este objetivo será atingido se forem observados os seguintes cuidados:
procurar o menor percurso possível para o concreto; no lançamento convencional, as rampas não devem ter inclinação excessiva e os acessos deverão ser planos, de modo a evitar a segregação decorrente do transporte do concreto até a forma; preencher uniformemente a forma, evitando o lançamento em pontos concentrados que possam causar deformações; não lançar o concreto de altura superior a três metros, nem jogá-lo a grande distância com pá para evitar a separação da brita. Quando a altura for muito elevada deve-se utilizar anteparos ou funil; preencher as formas em camadas de, no máximo, 50 cm para se obter um adensamento adequado.

11. Adensamento do Concreto
Uma boa concretagem deve garantir que o concreto chegue à fôrma coesa, que preencha todos os seus cantos e armadura e seja adequadamente vibrado.
Este objetivo será atingido se forem observados os seguintes cuidados:
procurar o menor percurso possível para o concreto; no lançamento convencional, as rampas não devem ter inclinação excessiva e os acessos devera ser planos, de modo a evitar a segregação decorrente do transporte do concreto até a forma; preencher uniformemente a forma, evitando o lançamento em pontos concentrados que possam causar deformações; não lançar o concreto de altura superior a três metros, nem jogá-lo a grande distância com pá para evitar a separação da brita. Quando a altura for muito elevada deve-se utilizar anteparos ou funil; preencher as formas em camadas de, no máximo, 50 cm para se obter um adensamento adequado.

12. Juntas de Concretagem
Se, por algum motivo, a concretagem tiver que ser interrompida, deve-se planejar o local onde ocorrerá a interrupção da mesma.
O concreto novo possui pouca aderência ao já enduecido. Para que haja uma perfeita aderência entre a superfície já concretada (concreto endurecido) e aquela a ser concretada, cuja ligação chamamos de junta de concretagem, devemos observar alguns procedimentos:
deve-se remover toda a nata de cimento (parte vitrificada), por jateamento de abrasivo ou por apicoamento,com posterior lavagem, de modo a deixar aparente a brita, para que haja uma melhor aderência com o concreto a ser lançado; é necessária a interposição de uma camada de argamassa com as mesmas características da que compõe o concreto; as juntas de concretagem devem garantir a resistência aos esforços que podem agir na superficie da junta; deve-se prever a interrupção da concretagem em pontos que facilitem a retomada da concretagem da peça, para que não haja a formação de "nichos" de concretagem, evitando a descontinuidade na vizinhança daquele ponto.

13. Cura do Concreto
Após o endurecimento do concreto, este continua a ganhar resistência, mas para que isto ocorra deve-se iniciar o último, mas não o menos importante, procedimento da fase de concretagem de uma peça de concreto: a cura.
A evaporação prematura da água pode provocar fissuras na superficie do concreto e, ainda, reduzir em até 30% sua resistência.
Podemos então afirmar que quanto mais perfeita e demorada for a cura do concreto tanto melhores serão suas características finais.
Destacamos, abaixo, os métodos mais recomendados para a cura do concreto:
molhar continuamente a superficie do concreto, logo após o endurecimento, durante os 7 primeiros dias; manter uma lâmina d'água sobre a peça concretada, sendo este método limitado a lajes, pisos ou pavimentos; manter a peça umedecida por meio de uma camada de areia úmida, serragem, sacos de aniagem ou tecido de algodão; utilizar membranas de cura, que são produtos químicos aplicados na superficie do concreto que evitam a evaporação precoce da água; deixar o concreto nas fôrmas, mantendo-as molhadas.

14. Retirada de Fôrmas e Escoramentos
As formas e os escoramentos só poderão ser retirados quando o concreto resistir com segurança e sem sofrer deformações, ao seu peso próprio e às cargas atuantes.
De uma forma geral, quando se tratar de concreto convencional, sem a utilização de cimento de alta resistência inicial, deve-se respeitar os seguintes prazos para a retirada das formas e escoramentos:
face lateral da forma : 3 dias faces inferiores, mantendo-se os pontaletes bem encunhados e convenientemente espaçados: 14 dias faces inferiores, sem pontaletes: 21 dias
Os apoios devem ser retirados gradualmente, de modo que a peça entre em carga progressivamente e de forma uniforme.
Deve-se retirar as formas com cuidado, sem choques ou a utilização de ferramentas que danifiquem a superficie do concreto.

15. Resistência do Concreto
Uma vez obedecidas todas as práticas recomendadas neste manual, temos que saber se a resistência especificada em projeto pelo calculista foi atingida. No ensaio de ruptura por compressão, os corpos-de-prova que foram moldados na obra são submetidos a um carregamento uniforme, em prensas especiais, até seu rompimento.
Após a ruptura dos corpos-de-prova, e de posse dos resultados dos ensaios, é realizado o "controle estatístico da resistência do concreto", para certificar a aceitação da estrutura concretada sob o ponto de vista estrutural.
Este controle é de suma importância como testemunho da segurança da estrutura que será futuramente utilizada.
Ao se adquirir o concreto dosado em central, a empresa concreteira garante a qualidade do concreto, segundo as rígidas exigências das normas técnicas brasileiras. Isto é conseguido não só pela garantia da resistência do concreto, mas também por outros procedimentos que são descritos no próximo item.

16. Controle da Qualidade do Concreto
Além do controle da resistência do concreto à compressão, como uma das formas de controle da qualidade, as empresas concreteiras realizam uma série de outros ensaios de qualidade nos materiais que serão utilizados na elaboração do concreto - agregados (pedra e areia), cimento, água e aditivos.
Hoje as concreteiras possuem laboratórios sofisticados de controle de qualidade, e os ensaios são realizados conforme exigências das normas técnicas brasileiras.
O trabalho específico desenvolvido pelas centrais dosadoras, operadas por pessoal técnico especializado, permite o controle de todos os materiais utilizados na dosagem bem como as propriedades exigidas pelo projeto e de acordo com as normas técnicas vigentes.

17. Concreto Impermeável
Uma das propriedades desejadas do concreto impermeável é, obviamente, que ele resista à penetração da água, como por exemplo em caixas d'água, lajes, piscinas, etc.
O caminho para se obter um concreto impermeável começa em um projeto adequado, que evite o fissuramento do concreto quando este estiver sendo solicitado.
O concreto a ser empregado também deve ser cuidadosamente elaborado, devendo ser bem argamassado, com um consumo adequado de cimento (mínimo de 350 kg/m³ ), procurando empregar britas menores (brita o ou brita 1, no máximo). O uso de aditivos é recomendável. O concreto deve ser ainda fácil de trabalhar, de modo a ocupar toda a fôrma sem impedimentos.
O adensamento adequado também contribui para se obter um concreto impermeável, devendo ser executado com vibradores de imersão (não utilize barras de aço para vibrar o concreto).
A cura também deve ser criteriosa, pois irá impedir que o concreto fissure por retração, recomendando-se seu início logo que o concreto comece a endurecer e sua continuidade por pelo menos 7 dias.

18. Concreto Aparente
Quando o concreto for utilizado como material de acabamento, ou seja, sem revestimento, alguns cuidados devem ser observados.
Para se obter acabamento liso deve-se empregar fôrmas de madeira plastificadas ou metálicas, já que estes tipos de fôrma proporcionam menor concentração de bolhas de ar junto à superfície.
Os desmoldantes facilitam a retirada das fôrmas depois que o concreto endureceu, evitando que o concreto "cole" à fôrma. Estes não devem reagir com o cimento, nem causar manchas na superficie do concreto. A camada de desmoldante deve ser uniforme, evitando-se concentração em pontos isolados da fôrma que causam descolamento de pequenas placas da superfície do concreto onde o desmoldante está em excesso.
O emprego de óleo mineral, virgem ou recuperado, pode provocar enferrujamento de fôrmas metálicas.
Outros cuidados dizem respeito à vibração adequada do concreto e a evitar que a armadura fique próxima da superficie. O uso de aditivos plastificantes são altamente recomendáveis neste caso.
O concreto a ser utilizado deve conter uma quantidade adequada de argamassa.
O concreto do tipo bombeável pode ser utilizado para o concreto aparente.

Janelas

As janelas são consideradas componente das edificações, embora elas, em si, sejam um sistema de partes fixas e móveis, constituído por diversos componentes que se encaixam ou se ajustam para permitir o seu funcionamento. Elas são projetadas com as seguintes finalidades:

1- controlar a iluminação ambiente;
2- promover uma ventilação adequada;
3- impedir a penetração de águas pluviais e ventos;
4- isolar o ambiente do ruído externo;
5- oferecer segurança contra entrada de pessoas estranhas e animais;
6- oferecer conforto na sua utilização e no seu manuseio.


1- Controlar a Iluminação Ambiente:

As janelas com panos de vedação transparentes ou translúcidos devem proporcionar ao ambiente uma iluminação adequada às atividades dos ocupantes.
Devem ser dimensionados os vão das janelas na razão de 1/8 da área do piso para compartimentos de utilização transitória, quais sejam vestíbulos, salas de entrada, de espera, cozinhas, instalações sanitárias, depósitos, e outros de destinação semelhante. Nos compartimentos de permanência prolongada como quartos, salas, lojas, gabinetes de trabalho, escritórios, consultórios, copas e salas de jantar, a área dos vãos deve ser de 1/6 da área do piso.


2- Promover ventilação adequada:

Não é aconselhável que as janelas confiram estanqueidade total ao ar, a menos em situações de interesse específico. A vazão do ar através da janela deve sempre existir, de forma a permitir uma troca de ar que, no mínimo, garanta condições de salubridade ao ambiente. Essa vazão, entretanto, não deve permitir perdas excessivas de calor no período do inverno, de ar refrigerado em ambientes condicionados artificialmente, ou ventos excessivos direcionados de fora para dentro que provoquem desconforto aos usuários.
As janelas devem permitir ventilação de pelo menos a metade da sua área total. Prefira as básculas, máximo-ar, às janelas de correr.


3- Impedir a penetração de águas pluviais:

As janelas, embora devam permitir penetração controlada de ar, não devem permitir a penetração de águas pluviais. Todos os dispositivos devem ser projetados e construídos de forma a garantir estanqueidade à água.
Devem existir proteções na fachada, tais como beirais, pingadeiras, ressaltos e outros detalhes construtivos que evitem os excessos de águas de chuva que se formam na superfície das fachadas e se projetam sobre as janelas.
No caso de basculante estes não devem ter folgas muito grandes nas suas partes móveis, e devem ter pingadeiras horizontais e verticais, com dimensões de forma a cobrir bem a peça adjacente. A parte inferior não deve ser móvel, para fixação da alavanca de manejo.
Nos basculantes em cantoneira de ferro as cantoneiras de montagem terão seus cantos internos bem recortados, não contendo restos de solda ou tinta que venham a impedir seu total fechamento. Os grampos de fixação serão em rabo de andorinha, chumbados na alvenaria com argamassa de cimento e areia traço 1:3, sendo no mínimo em número de dois em cada lado da esquadria, espaçados aproximadamente 60 cm.
Nos caixilhos de correr as folhas móveis deve ter nas laterais e na parte superior boa superposição dentro dos rebaixos dos montantes e sobre as folhas fixas. Os trilhos rebaixados terão dispositivos para esgotar a água com facilidade.
Nas janelas tipo guilhotina, os rebaixos em volta do montante que servem como guias e encaixe das folhas, devem ser bastante profundos (no mínimo 15 mm) e ter pouca folga para as folhas, para impedir a penetração de chuva com o vento. A superposição da folha externa sobre a interna deve ser bastante grande e com pouca folga entre elas.
No caso dos peitoris de massa o revestimento deve sempre passar por baixo da janela, nunca deixando uma junta entre esta e o peitoril.
Os peitoris terão uma boa inclinação para fora. Os peitoris em pedra devem ficar salientes em relação ao revestimento externo, com pingadeira eficiente.
Em todos os tipos de janelas as folhas ou caixilhos devem ser milimetricamente esquadrejados de forma a permitir o seu perfeito funcionamento.


4- Isolar o ambiente de ruído externo

Independentemente do seu tipo, as janelas devem representar uma barreira à penetração de ruídos gerados no exterior do edifício.
Este item está ligado ao projeto total da esquadria e ao seu fabrico. Se bem ajustada, com todas as partes se encaixando perfeitamente, além de vidros bem dimensionados para os vão, a janela tende a promover um bom isolamento ao ruído externo.
Em casos especiais, onde o nível de ruídos externos é extremamente elevado, poderão ser projetadas de modo a oferecer alto grau de isolação acústica, mediante a adoção de vidros duplos, caxetas e outros dispositivos especiais.


5- Oferecer segurança

Nos basculantes os vão da partes móveis não devem ter largura superior a 15 cm de forma a impedir a entrada de pessoas.
Nas janelas de correr deve-se prever, além do puxador com fechadura, um dispositivo para cadeado.
As venezianas das janelas de madeira não devem ter largura superior a 40 ou 50 cm. Se necessário devem ser divididas com um montante central.


6- Oferecer conforto na sua utilização e no seu manuseio

As janelas, durante sua vida útil, serão operadas a fim de conferir aos usuários as condições mais favoráveis de conforto para as atividades a serem realizadas no aposento. O manuseio das folhas móveis deve ser de grande facilidade, requerendo o mínimo de esforço do operador.
É necessário um ajuste perfeito entre as peças e devem existir folgas mínimas, apenas as necessárias ao seu bom funcionamento.
De acordo com o tipo de janela, suas folhas podem sofrer esforços inadequados devido às condições normais ou anormais de funcionamento. Por isso devem ser projetas e construídas de forma a suportarem esforços sem se deformaram de maneira permanente, prejudicando seu funcionamento, nem permitirem a deterioração de alguns de seus componentes ou quebra de vidros.
Assim como no caso do isolamento ao ruído externo, a esquadria bem projeta e fabricadas tendem a oferecer conforto na sua utilização.

Aprovação

Após a elaboração dos projetos pelos profissionais competentes passaremos à parte burocrática do processo de aprovação. Este procedimento evitará problemas com fiscalização e multas indesejáveis.

1º PASSO
De posse dos projetos e das ARTs preenchidas e quitadas no banco, é necessário a apresentação de ambos ao CREA.

2º PASSO
É necessário também que se faça a matricula da obra no INSS. Adquirindo nas papelarias o formulário, preencha-o e leve até o INSS.

3º PASSO
Isso feito junta-se a 3 cópias dos projetos, carimbados pelo CREA, 1 cópia da matricula do INSS, 1 cópia da escritura e apresente-os ao Setor de Protocolo da Prefeitura.

4º PASSO
Após quinze dia úteis o projeto deverá ser liberado pela Prefeitura juntamente com o "ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO". A validade do alvará é de 2 anos e o prazo para inicio da obra é de 6 meses.

5º PASSO
Após concluir a obra, solicite na Prefeitura a "CTO" (Certificado de Término de Obra). A seguir a "QUITAÇÃO NO INSS" e posteriormente o "HABITE-SE" na Prefeitura.

Limites

Não são raros os problemas de demarcação de divisas entre terras, desde pequenos lotes retangulares até grandes propriedades rurais, e que normalmente acabam resultando em ações judiciais.
Ao adquirir uma porção de terra a primeira atitude dos vizinhos é conhecer as divisas de suas propriedades, e, não as achando claras e devidamente assinaladas no terreno, ocorre-lhes fazer a demarcação de seus verdadeiros domínios. Surge, daí, a primeira obrigação de vizinhança: a demarcação dos prédios confrontantes.
O Código Civil assim dispõe sobre a demarcação de terras ou prédios:
Art. 569 - Todo proprietário pode obrigar seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas.
Art. 570 - No caso de confusão, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de conformidade com a posse; e, não se achando ela provada, o terreno contestado se repartirá proporcionalmente entre os prédios ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indenização ao proprietário prejudicado.
Art. 571 - Do intervalo, muro, vala, cerca, ou qualquer outra obra divisória ente dois prédios têm direito a usar um comum os proprietários confinantes, presumindo-se, até prova em contrário, pertencer a ambos.
Observa-se nestes dispositivos que a lei civil reconhece aos proprietários o direito de delimitar seus prédios, fixando-lhes as divisas em conformidade com os títulos de domínio. Entenda-se, pois, que esse direito de demarcar é atribuído a todo proprietário, ou seja, a qualquer proprietário, seja ele detentor da propriedade plena, da propriedade limitada ou resolúvel, ou da nua-propriedade.
Para o exercício desse direito, o essencial é que os limites entre as propriedades estejam confundidos por nunca terem sido fixados ou por já haverem desaparecido. No primeiro caso estabelecem-se as divisas. No segundo, aviventam-se os rumos antigos. O estabelecimento dos limites ou a renovação dos marcos são feitos por meio de ação demarcatória, prevista e regulada pelos ARTS. 946 a 981 do Código de Processo civil, sendo esta ação imprescritível, isto é, subsiste enquanto subsistir o direito de propriedade sobre os prédios demarcados.
Manda o Código Civil (art. 570) que, na falta de outro meio, em caso de confusão de limites, se partam proporcionalmente as terras contestadas, entre os demandantes, segundo a posse. A falta de outro meio refere-se à inexistência de títulos de propriedades que estabeleçam o posicionamento claro da divisa. É procedimento comum essa divisão ser efetuada ao meio, tendo em vista a dificuldade de estabelecer-se uma proporcionalidade principalmente em divisas que não sejam em linha reta. Se não for possível a divisão justa da área, adjudica-se a um dos confrontantes e indeniza-se o outro da metade do valor.
A última regra enunciada para a demarcação é a de que o intervalo entre os prédios confinantes bem como os tapumes divisórios presumem-se comuns aos vizinhos e por eles podem ser utilizados conjuntamente.

Aditivos

Os aditivos plastificantes são compostos orgânicos que, quando aplicados ao concreto ou argamassas, revestem os grãos de cimento e provocam, por meio de cargas elétricas, repulsão entre esses grãos. Essa repulsão promove um melhor “escorregamento” entre os grãos, ou seja, permite obter uma mesma fluidez com menor quantidade de água.
A água é um elemento indispensável às reações químicas necessárias ao endurecimento do concreto. Entretanto a quantidade de água suficiente para permitir essas reações é bem menor que a necessária para conferir ao concreto uma plasticidade adequada à sua utilização, resultando num excesso de água que sobra dentro da sua massa. Depois que se evapora toda essa água excedente, não utilizada nas reações, o espaço que estava sendo ocupado por ela, dentro da massa do concreto, transforma-se em bolhas e canalículos minúsculos.
A redução da água de amassamento proporcionada com a utilização de aditivos plastificantes traz um grande benefício ao concreto, pois ela é a responsável por sua maior porosidade e conseqüentemente menor resistência.
Muito utilizados atualmente, principalmente na composição de concreto estrutural, os aditivos plastificantes já são considerado por muitos autores como um de seus ingredientes básicos além do cimento, dos agregados e da água.
Esses aditivos são indicados em todas as situações em que se deseje obter um concreto de melhor qualidade, maior durabilidade, e onde atmosferas agressivas, tais como a presença de cloretos, exijam um concreto de menor porosidade, que venha a proteger de forma mais eficiente as armaduras. Por isso são muito utilizados também nos serviços de recuperação e reforço estrutural sobretudo por conferir maior plasticidade, resistência e impermeabilidade aos grautes e micro concretos.
Dentre os benefícios proporcionados pelos aditivos plastificantes podemos destacar:
- Poder atingir valores de abatimento elevados para os traços usuais, com isso auxiliar a concretagem de peças com grande concentração de ferros ou outras situações em que seja necessário um concreto mais fluido sem que seja prejudicada a sua resistência.
- Obter um concreto de melhor qualidade se comparado a um concreto de mesma plasticidade sem aditivo. A redução da quantidade de água (redução do fator água/cimento) acarreta várias vantagens como maior resistência mecânica, menor permeabilidade, menor retração e maior expectativa de durabilidade.
- Reduzir o consumo de cimento e conseqüentemente o custo do concreto. Poder utilizar um traço de concreto mais fraco para uma mesma resistência mecânica.
- Permitir uma estrutura mais leve, com peças mais esbeltas, pela elevação da resistência do concreto, e também com isso uma diminuição das fundações.
- Obtenção de estruturas de concreto com pouca ou nenhuma falha de concretagem, as chamadas “bicheiras”, devido à plasticidade obtida, sendo muito utilizado nas estruturas em concreto aparente.

Como fator negativo podemos citar o retardamento da pega do concreto, que normalmente ocorre com a utilização de aditivos plastificantes.
É recomendável também uma avaliação custo x desempenho e um rigoroso acompanhamento da dosagem no canteiro de obras, sem o qual a utilização do aditivo não deve ser indicada.
Além dos aditivos plastificantes existem ainda os aditivos superplastificantes, utilizados com a mesma finalidade, e que apresentam efeitos bem mais pronunciados que os primeiros.

Azulejos

No assentamento de azulejos deve-se tomar vários cuidados de forma a prevenir deslocamento de peças, trincas e outras manifestações patológicas.

Antes de iniciar o revestimento:

- Conclua o embutimento de todas as tubulações passantes dentro da alvenaria, tais como eletrodutos, tubos de águas e esgotos, tubos de gás e as caixas de passagem de tubulações elétricas como interruptores, tomadas e pontos telefônicos;
- Faça testes de carga das tubulações de águas e esgotos;
- Proceda a fixação de contramarcos de janelas e marcos de portas;
- Conclua o revestimento do teto;
- Verifique se não existem outras origens de umidade, e se houver, corrija antecipadamente.
- Remova poeiras, materiais soltos, gorduras, bolores, e outros que possam prejudicar a aderência do revestimento. Materiais soltos e poeiras podem ser retiradas com escovas de pelo ou de aço, espátulas ou lavagem com água. Gorduras e bolores devem ser removidos com soluções bem diluídas de detergentes, ácido muriático ou água sanitária, e depois lavar em abundância;


Camada de regularização:

- Aplicar chapisco com traço em volume variando entre 1:3 e 1:4 (cimento e areia);
- Aguardar 14 dias para o total endurecimento do chapisco;
- Executar a camada de regularização sobre a base umedecida com argamassa mista de cimento, cal e areia, traço em volume na proporção de 1/3, aglomerante e agregado. Por exemplo, utilize os traços 1:1: 6, 1:1, 5:7, 5 ou 1:2: 9. Em paredes externas e piscinas usar o traço mais rico em cimento, 1:1: 6;
- A camada de regularização não deve ter espessura superior a 1,5 cm. Caso haja necessidade de aumentar a espessura, execute em camadas. Argamassas com espessuras superiores a 2,5 cm devem ser armadas com tela deployer ou tela de galinheiro.


Antes de iniciar o assentamento:

- Verifique se a quantidade de azulejos é suficiente para o revestimento de toda a área. Calcule a área das paredes e adicione mais 10%: 5% por conta dos recortes e 5% de reserva para possíveis reparos futuros.
- Analise a disposição das peças nas paredes, de forma a posicionais peças cortadas nos locais menos visíveis;
- Faça a submersão das peças em água durante 10 minutos antes da sua aplicação.


Assentamento com argamassa tradicional:

- Utilize argamassa de cimento, cal hidratada e areia com traço em volume que pode ser 1:0,5:4, 1:1:5, ou 1:2:7,5;
- Umedecer a base antes da aplicação das peças;
- O assentamento deve ser feito de baixo para cima, respeitando a cota do nível acabado do piso;
- Recobrir todo o verso da peça cerâmica com uma camada de argamassa de aproximadamente 1,5 cm;
- Colocar a peça em contato com a parede e pressionar para que o excesso de argamassa saia pelas bordas da peça;
- Utilizar valores mínimos de juntas de assentamento conforme tabela abaixo, de forma a permitir variações térmicas dimensionais nas peças;
- Verificar sempre o alinhamento horizontal, vertical e o nivelamento das peças, utilizando linha de régua de aço, prumo de face e nível/prumo de bolha;

Assentamento com argamassa colante:

- No preparo da argamassa a quantidade de água deve ser a indicada pelo fabricante;
- Depois de preparada a argamassa deve ficar em repouso por 20 ou 30 minutos, obedecendo a recomendação do fabricante;
- O prazo máximo para sua utilização é de 2,5 horas, não sendo permitidas adições de água durante esse período;
- Aplicar a argamassa sobre a superfície com o lado liso da desempenadeira, apertando a sobre a base;
- Empregar a desempenadeira com o lado dentado formando cordões, retirando-se o excesso de argamassa;
- Não aplicar de uma só vez em superfícies maiores que 25m cm2 de área, de forma a evitar que seja ultrapassado o período de 2,5hs, e a formação de uma película sobre os cordões ou a secura completa;
- O assentamento deve ser feito, preferencialmente, de baixo para cima, respeitando a cota do nível acabado do piso;
- Utilizar valores mínimos de juntas de assentamento conforme tabela já apresentada para o assentamento com argamassa tradicional;
- Na colocação das peças aplicar um leve movimento de rotação ou de translação de forma a haver uma melhor acomodação, submetendo-as a uma pressão adequada, permitindo que o excesso de argamassa possa fluir para fora;
- Durante o assentamento deve-se verificar regularmente se o tempo de abertura da argamassa não expirou, exercendo-se com a ponta dos dedos uma leve pressão sobre os cordões da argamassa colante. Caso haja transferência de argamassa para os dedos significa que o assentamento pode continuar. Mas se aponta dos dedos apresentar-se limpa é sinal de que o tempo expirou, o deve-se aplicar nova argamassa colante.